A sexualidade humana começou a ser conceitualizada como uma expressão de prazer e de identidade individual nos fins do século XIX e no começo do século XX. A ênfase no contexto-livre que a ciência e o determinismo e que a biologia disseminou sobre o sexo coincidiram com o erotismo do prazer e do que é natural propagado pela geração flor ou hippie, um movimento social que começou nos EUA com os beatinkes nos anos 50 e se espalhou pelo mundo ocidental.
Existem duas visões deterministas e reducionistas sobre sexo que o pós-feminismo desafia: O reducionismo freudiano,visto sem importância no mundo pós-moderno e reducionismo da teoria evolucionária disseminada por sociobiologistas e psicobiologistas. Esta teoria aborda a sexualidade humana como uma necessidade de reprodutividade, isto é maximizar o número de gens que uma geração deve passar para outra. Nesta visão, portanto, o comportamento sexual humano deve ser formado no poder da reprodutividade.
Os evolucionistas vão mais além. Eles na verdade justificam a existência de padrões duplos sociais como a permissividade masculina e a intolerância da promiscuidade pela mulher.
Resumindo, a teoria evolucionista colocada em termos simples, geralmente vê na abordagem masculina ao feminino, pelo prazer do sexo, enquanto a mulher quando aborda um homem pensa em família e segurança.
O evolucionismo se apresenta de modo mais complexo que esta simplificação. O próprio comportamento sexual em si uma combinação de fatores não pode ser analisado sem o contexto cultural. Existem muitas culturas em que a promiscuidade é um fenômeno tanto feminino como masculino. Uma pesquisa feita em 50 paises, mostram que em paises onde a mulher não tem autonomia econômica ela tende a facilitar o sexo e muitas vezes tentam engravidar para assegurar o casamento que no final representa uma segurança econômica e social.
Em suma, este estudo mostrou que, de modo geral, quanto mais industrializado um país for, menos promiscuidade sexual ele apresenta.
A ciência e a mídia também reformularam e conceitualizaram a sexualidade humana a partir da neuroanatomia e fisiologia. (O papel dos hormônios no desejo sexual masculino e feminino). Até o tamanho do cérebro humano para a ciência passou a desempenhar um grande papel na sexualidade humana. A partir da certificação da sexualidade, o prazer depende não só do estilo pessoal, do intelecto e do comportamento do indivíduo.
A sexualidade humana depende desta integração de fatores e do papel da cultura ,(ambiente) e finalmente da religião que têm uma grande importância.
Ciência e Sociologia à parte, um dos fatores importantes na relação sexual entre um homem e a mulher é a comunicação. Para a mulher que tem auto-estima, ter sexo sem resolução de conflitos na relação é impossível.
Somente a mulher sem respeito e amor próprio pensa que o sexo resolve problemas. Este tipo de atitude faz com que a mulher seja vista por muitos como masoquista por natureza.
Este tipo de visão errônea da psicologia feminina inclui por exemplo, o ponto de vista freudiano de que no inconsciente feminino existem sintomas neuróticos e psicóticos camuflados em atividades sexuais.
Não só isto, Freud fala também dos impulso sexuais primitivos que levam ao sexo. A psicologia moderna chama a nossa atenção para a perversão e a neuroses eróticas presentes, em mentalidades que justificam por exemplo o estupro como uma forma de prazer erótico.
Pensar que sexo resolve conflitos, é masoquismo ou um mecanismo de manipulação inconsciente feminina.
Talvez a mulher pensa que através do sexo ela venha conseguir ter poder sobre o homem. Toda relação evolui em volta do poder. Nem sempre este poder é feminino, as vezes é a mulher que se submete a um relacionamento insatisfatório por carência emocional, por falta de auto-estima ou por necessidade financeira.
O poder no relacionamento também muda. Passa do homem para a mulher ou da mulher para o homem. Esta transferência de poder depende muito da carência, vulnerabilidade de cada um no relacionamento e vários outros fatores.
A sexualidade humana como vimos engloba uma complexidade muito grande para reduzimos tudo à ciência, à cultura ou a economia. O assunto requer estudos profundos. Por exemplo. Um bom tema para estudos na cultura brasileira seria a auto-estima da mulher e sua falta de limites para se envolver com pessoas que não estão emocionalmente presentes ou preparados para compromisso. Banalizar o sexo, objetificar o corpo por um prazer que dura 15 ou 20 minutos sem ter nenhum laço emocional e afetivo é um comportamento que esconde problemática psicologia para citar algumas:
incapacidade de se manter compromisso e falta de auto-estima. A banalização sexual apresenta um outro aspecto: O risco de vida.
Hoje em dia, com tantas doenças sexuais transmissíveis e fatais, ter sexo por impulso demonstra não só pouca auto-estima, mas nenhum amor pela própria vida.
E onde fica o amor em tudo isto? A experiência nos mostra, assim como estudos e a psicologia que o amor depende muito do estágio evolucionário do ser humano. A maioria das pessoas, se envolvem emocionalmente um com as outras por razões erradas.
O segredo de um relacionamento duradouro está na capacidade de comunicação que os parceiros têm em verbalizar problemas ou desejos, assim como na capacidade que as pessoas têm em se auto-conhecerem e saberem escolher a pessoa certa.
A pessoa certa é a pessoa que tem coisas em comum e que é antes de tudo amiga. Uma pessoa com que você possa passar horas conversando, pelo prazer de conversar ou fazer coisas juntas pelo prazer da companhia. As vezes sexo não tem nada a ver com amor e amor não tem muito a ver com sexo.
Texto de: Ilma Ribeiro Silva, Ph.D. – Conheça o trabalho dela,
visitando http://www.polw.com.br
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