A biomédica Jéssica Magalhães, especialista em pele preta, ressalta a importância de redobrar os cuidados, uma vez que ela é mais propensa a desenvolver a condição.
Com a chegada de temperaturas mais elevadas, o corpo humano tende a produzir mais sebo, como uma forma de manter a barreira de proteção da pele. Contudo, a oleosidade excessiva pode ser danosa, gerando acnes e inflamações, em especial na pele negra, que tende a ter mais glândulas sebáceas ativas em comparação a outras tonalidades.
Em pessoas negras, a acne ainda pode gerar a hiperpigmentação pós-inflamatória, ou seja, o surgimento de manchas escuras após a cicatrização, desestabilizando a uniformidade da pele. Assim, é necessário tomar alguns cuidados, visando a manutenção da saúde cutânea e o equilíbrio entre hidratação e oleosidade.
Nesse contexto, a biomédica Jéssica Magalhães, especialista em pele preta com mais de 10 anos de atuação, explica que a acne demanda maiores cuidados nesse tipo de pele, devido a atividade das glândulas sebáceas. “A pele negra geralmente têm glândulas que produzem mais oleosidade em busca de manter a hidratação na pele, o que aumenta as chances de obstruir os poros e causar acne. Essa oleosidade extra cria um ambiente perfeito para as bactérias causadoras da acne, levando a cravos e espinhas. Além disso, como a pele negra é mais suscetível a inflamações e manchas, qualquer irritação ou espinha pode deixar marcas escuras. E, em áreas onde há mais atrito, como rosto e costas, esse processo pode ser ainda mais intenso”, comenta.
A hiperpigmentação pós-inflamatória é uma preocupação comum em peles negras, pois qualquer lesão, incluindo a acne, pode deixar manchas escuras que demoram a desaparecer. Isso ocorre devido à maior quantidade de melanina na pele, que reage à inflamação produzindo pigmento extra para se proteger. Assim, a especialista orienta quais são os cuidados necessários para tratar a acne, além de como diminuir a oleosidade excessiva.
A recomendação é utilizar produtos de limpeza suaves e específicos para controlar a oleosidade sem ressecar a pele. Dentre os ativos para tratamento, está o Ácido Salicílico, que ajuda a limpar profundamente os poros e controlar a produção de sebo. Ele tem ação anti-inflamatória, diminuindo as chances de hiperpigmentação. Também é recomendado o uso de protetor solar com cor, que não só protege contra os danos causados pela radiação UV, mas contra a luz visível, que pode contribuir para o escurecimento das manchas em peles negras.
“O ideal é optar por tratamentos e produtos que ajudem a controlar a oleosidade, reduzir a inflamação e, ao mesmo tempo, sejam suaves o suficiente para não irritar a pele, minimizando o risco de manchas escuras”, reforça Jéssica. A biomédica também ressalta que é importante evitar a manipulação das lesões de acne, uma vez que espremer as espinhas aumenta o risco de inflamação e pigmentação. Outro destaque fica pela hidratação: produtos hidratantes não comedogênicos ajudam a equilibrar a oleosidade e reduzir a necessidade de produção de sebo.
Contudo, quando ocorre a hiperpigmentação, os tratamentos são diferenciados, como uso de agentes clareadores tópicos, retinóides, microagulhamento, dentre outras medidas. “Muitas vezes o resultado é buscado de uma forma agressiva e o corpo reage produzindo mais manchas. Os tratamentos podem unir procedimentos que atuam na mancha e também na capacidade do corpo em se recuperar das lesões acneicas. Gosto muito da associação de peeling químico, microagulhamento drug delivery, lasers e boosters para nutrição e clareamento”, conclui.
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