REINALDO AZEVEDO |
A liberdade de expressão encontrou no Brasil entusiastas tão enfáticos e fanáticos que, para defendê-la, tudo vale a pena, inclusive pôr fim à independência do Judiciário e impedir o funcionamento do Legislativo. Síntese óbvia: fazer obstrução é coisa corriqueira de oposicionistas nos Parlamentos democracias afora. Atropelar o funcionamento de um Poder por intermédio da força é coisa de golpistas. Que fique claro: a pistolagem em curso do PL no Congresso, a que aderiram setores do PP e do União Brasil, é só o golpe por outros meios. Parece que os folguedos de Ciro Nogueira e Antônio Rueda em Mykonos, na Grécia, os deixaram ainda mais convictos de que essa conversa de democracia para a brasileirada não está com nada.
Aquilo que o bolsonarismo não conseguiu, tramando contra a posse de Lula e depois depredando as respectivas sedes dos Três Poderes, busca obter agora ao tentar impedir o STF de julgar e o Parlamento de legislar. Por intermédio do sequestro do Congresso, miram também a paralisação do Executivo. E tudo porque um fanfarrão — que roncava valentias contra doentes, desvalidos e sufocados pela Covid-19 — amarela diante da possibilidade de enfrentar uma prisão confortável, que em nada lembrará as masmorras em favor das quais falou. O “imbrochável” brocha; o “imorrível” desfalece; o incomível, bem…, “incomível” permanece em razão daquilo que Cecília Meireles chamou “a força surda dos vermes”. |
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