Aquecimento dos oceanos altera áreas de reprodução e afeta estudos sobre a presença das baleias na costa baiana
Um estudo da Universidade do Havaí alerta que o aumento da temperatura global está alterando as áreas de reprodução das baleias-jubarte no Oceano Pacífico, o que pode impactar diretamente a população de jubartes que visita a costa da Bahia. Pesquisas indicam que essas baleias migram milhares de quilômetros em busca de águas ideais, com temperaturas em torno de 21 °C. Contudo, com o aquecimento dos oceanos, tanto a frequência quanto o número de baleias que chegam à região podem diminuir, afetando a saúde das baleias e o ciclo reprodutivo.
O Projeto Baleias Soteropolitanas, em Salvador, busca entender melhor esses impactos por meio do levantamento colaborativo Mapa Ciência Cidadã, que convida a população a registrar avistamentos de baleias para monitoramento. Dados preliminares revelam uma queda significativa nos avistamentos de 2022, ano com o maior número de registros, para 2024, apontando uma possível relação entre a mudança nos padrões de migração e o aquecimento das águas.
Além disso, o recente relatório da ONU, Estado das Espécies Migratórias do Mundo, destaca que 51% das principais áreas de biodiversidade para espécies migratórias ainda não são protegidas, incluindo áreas de reprodução potenciais, como a Baía de Todos os Santos (BTS). Cientistas do projeto estão investigando a BTS como uma possível área de nascimento para a população de jubartes, dada sua característica de águas abrigadas, condição favorável à reprodução dessas baleias.
Neste contexto, o Redemar Brasil, em parceria com o programa Whale Heritage Sites, trabalha para capacitar comunidades costeiras a preservar as baleias e o ambiente marinho, promovendo destinos turísticos sustentáveis. A iniciativa visa integrar conservação e turismo responsável, criando um ambiente onde as baleias e a biodiversidade local possam prosperar em harmonia com as atividades humanas.